1. É verdade que ser rei é um cargo que se adquire por via hereditária. Mas a questão é: Qual é o problema? Trata-se de um cargo que, nas monarquias constitucionais, é essencialmente de representação do estado. Para isso, não é preferível tratar-se de uma pessoa que foi educada desde o dia em que nasceu para executar essa missão? Será mesmo melhor que qualquer gajo com espírito mais ou menos arrivista e hábil na arte de bem se esgueirar na vida possa ser candidato numas eleições que acabam por ser uma campanha de marketing? Não é humilhante a representação de um país, ao mais alto nível, ir a leilão desta forma, de cinco em cinco anos? E desde quando é que na república não existem os cargos hereditários? Quem acreditar que os filhos dos políticos não beneficiam da posição dos pais para ingressar em altos cargos (de forma, aqui sim, pouco clara) ponha o dedo no ar!
2. A monarquia é um regime que se coaduna com a natureza humana. Desde tempos imemoriais, os grupos revêem-se na imagem de um chefe hereditário. A família real é um símbolo de união, coisa que nenhum presidente da república conseguirá alguma vez ser. Mesmo em plena república, quem não se lembra dos milhares de pessoas anónimas que estiveram no casamento de D. Duarte? O povo português é monárquico, só não sabe que é. Não o deixam saber.
3. O argumento do dinheiro também não serve. O estado português gasta, com a presidência da república, cerca do dobro que que por exemplo o estado espanhol gasta com a família real.
4. A república gosta sempre de retratar a monarquia como um regime autoritário e obsoleto. No entanto, esta fantástica república foi a última a legalizar a IVG, muito depois das monarquias europeias. A espanha, mesmo aqui ao lado, com os reis católicos, já regularizou mesmo a união legal entre homossexuais. Mas os atrasados são eles. Bem como noruegueses, suecos, holandeses e belgas por exemplo, todos os dias oprimidos por regimes monárquicos cruéis.
5. O D. Duarte é um cromo. Convém que se pense que é assim. Convém à república que as pessoas vejam o herdeiro da coroa como uma personagem de desenho animado sem credibilidade. Eu só queria que pelo menos metade da classe política, quando abre a boca, acertasse pelo menos metade do que ele acerta.
6. Portugal não vai voltar a ser uma monarquia, pelo menos tão cedo. Isto sim, é verdade. Portugal está demasiado atrasado para poder ser uma monarquia constitucional e mesmo os monárquicos da praça, pelo menos grande parte deles, não passam de reaças marialvas com os quais eu não me identifico e até passar por eles na rua me incomodaria. Conheço poucos que não o sejam. Ainda falta muito.
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